quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Sem título - 29/04/2013

Se eu pudesse escolher nunca ter te conhecido, acredito que o faria. Você está presente em todos os dias da minha vida, seja num riso que me lembra o teu, um lugar o qual frequentávamos, um gosto em comum citado por um estranho. Eu não consigo me desvencilhar de você e, às vezes, tenho a impressão de que tem ficado cada dia mais difícil.

Eu tenho tentado. Juro. Envolvo-me com outras pessoas, saio com amigos. Tenho me distraído a exaustão numa manobra contra sua insistente lembrança. E confesso que funciona por um tempo, em seguida tenho nojo de mim mesma. É como se gostar de uma pessoa que não você fosse totalmente antinatural, inconcebível. Impossível.

Não sei lhe dizer se me machuca mais não te ter ou ter alguém que não quero verdadeiramente. Tenho ódio, me sinto enganando a ele – e a mim. Que direito tenho eu de iludir? Eu que sei tão bem o estrago que isso faz. Não, você não me iludiu. Nós é que temos mania de criar expectativas. Esperar que o outro nos devolva tudo que oferecemos e entregue o que nos falta. A esperança que o outro nos complete nos decepciona quando em vão.

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