quinta-feira, 23 de agosto de 2012

sessenta minutos


Chove, não chove.
Vai chover amanhã. Talvez faça sol.
 Talvez o meu pai venha, talvez não volte.
Talvez eu aprenda, ou só ignore.
As elipses formadas na sombra.
Na rede, debaixo da árvore
Do rochedo.
Qualquer coisa
Sobre caos e medo.
Preguiça de rimar, de pensar.
Apetite do  nada.
Fardo que não pesa
Nem incomoda, na verdade.
Joguei fora o calendário.
E umas fotos reveladas.
Outras eu só deletei
Tentando esquecer a idade.
E minha memória quando volta?
Diz aí, doutor, que eu to bem.
Só estou brincando de soltar palavras.
Ver o que sai depois de juntas.
Misticismo infantil, metido a besta.
Fica assim, então.
Nosso tempo acabou.
A gente se vê próxima sexta.
Não, ninguém vai morrer não.
Semana que vem eu te explico
Se der. Se eu recordar.
Preciso me lembrar que não somos amigos.
O que somos mesmo?
Ah, eu sou chuva, pode ser?
Hoje eu chovo, ou não chovo.
Semana que vem, mesmo horário, eu volto
Ou talvez não.

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