
segunda-feira, 23 de julho de 2012
desculpas

quinta-feira, 19 de julho de 2012
lembranças, joplin e chardonnay II

Acho que vou trocar meu carro. Já cansei dele mesmo. Meu Opala Metálico Azul adquirido pra te impressionar, só porque amava a tal música. Eu era jovem e fodido e ainda assim economizei e o comprei por você. Deve ser verdade essa conversa de que deixamos de ser racionais quando apaixonados. Nos tornamos perfeitos idiotas. De qualquer forma, o Opala já não faz mais tanto sentido. Eu te vejo nele. Na verdade, ele transpira você. Mantê-lo é me torturar. De que me adianta lembrar teu sorriso se já não sou a razão dele? Quando nos deixou me privou do teu sorriso. E do meu. Sinto falta dele. Sinto falta de te ver dançando pela casa ao som de Dezesseis. Sinto falta de brigar contigo por mexer nos meus LPs. Sinto falta de te telefonar, mas não posso. Não vou. Admito que sinto sua falta. E que inferno é sentir isso. Vou me livrar do carro e do seu fantasma. Comprar outro esportivo. Quem sabe um Porche agora que posso? Sim, um porche. Assim teria uma desculpa pra te ligar e até fazer referência à Mercedes-Benz. Você ficaria feliz? Talvez percebesse que tenho ouvido sua Janis. Que tenho te ouvido. Que tenho me importado com essa ausência tão presente.
conselho de mãe
Dói um bocado no começo, e no meio. Vai machucar por um bom tempo na verdade. Mas há beleza aí. Nesse retiro que se faz em busca da própria paz de espírito. Nesse período que se está sentindo pena de si mesmo e esquecendo que se é importante para uma porção de pessoas. Faz bem. Não queira pular fases, nem também se estagnar. Há tempos já de diz que é necessário dar tempo ao tempo. O que se esquece de dizer é que o segundo "tempo" refere-se àquele de cada um.
Você vai chorar. Vai sentir ódio dele, dela, de si mesma até. Vai querer ficar na cama por dias. Outras vezes vai querer ver gente, conhecer lugares. E nesses lugares, vai encontrar algo que te lembre a sua dor e vai recomeçar o ciclo. Mas cada recomeço de ciclo trará uma lição adquirida no anterior. E as sensações deste já não serão tão intensas quantos as do primeiro.
Então aceite que acabou. De nada adianta negar a realidade. Ouça a música de vocês repetidas vezes até que ela perca o sentido. A ofereça a um amigo em um momento alegre. Ressignifique lugares, objetos, coisas que tenham feito juntos. E não se esqueça de queimar as cartas. Sem relê-las. Te traria falsas esperanças. E tudo que precisa agora é das verdadeiras.
Ignore, no entanto, o conselho mais tolo e mais falado. O de tentar esquecer. Não se apaga parte da vida assim. Isso roubaria o seu sentido. Não se esqueça de quem já te fez feliz, de quem adicionou tanto à sua história. Você aprendeu muito, não foi? Então por que excluir isso? Apenas filtre os pensamentos que te puxarem pra baixo. Esses você deleta. E o que sobrar daí, você molda e transforma numa das coisas mais preciosas que se pode ter e que nada levará de você: SABEDORIA.
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