quarta-feira, 2 de maio de 2012

então eu lembro

Hoje foi um gato que me lembrou você. Ele em cima do muro, se equilibrando graciosamente, me remeteu àquele dia bobo em que caminhamos lado a lado, com um gato nos acompanhando pelo muro da estação. Cantando músicas que depois nos fariam lembrar quão felizes fomos e deixamos de ser. Músicas que mais tarde evitaríamos ouvir pra não doer na memória. E tentaríamos esquecer, com todas as forças, o significado delas.
Foi fácil esquecer pra você? Eu achei que seria pra mim, mas não foi. Fica mais difícil quando um gato ou uma música, um cd ou uma frase, ou até mesmo um programa de TV insistem em me reapresentar você. Então eu lembro. E por lembrar o seu sorriso assim, acabo por sorrir também.
Sabe, Caio já disse: "Supere isso e, se não puder superar, supere o vício de falar a respeito''. Acho que funciona. Nunca mais falei de ti nem busquei notícias suas. E a cada dia que passa, me lembro um pouquinho menos de você. Que feliz é o dia em que sua lembrança não vem me assombrar. Só não tão feliz quanto aquela fração de segundo em que recordo seus olhos em mim. E penso em te ligar, mesmo com a voz embargada, pra contar que me lembro, que me importo. Que sinto sua falta, que sinto nossa falta. Que sinto falta, sobretudo, da felicidade que fui quando você era comigo.

Um comentário:

  1. lembro do que passou fitriste porque se foi, porém me alegro ao lembrar que vivi cada segundo intensamente, e guardo comigo esse sentimento de nostalgia

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